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sábado, 26 de março de 2011


 Federação do Guanais

A Federação dos Guanais aconteceu entre 1821 e 1823 em terra baiana e caracteriza-se por ser uma revolta nativista, ou seja, conflito entre os portugueses e os nativos brasileiros que aqui viviam.
A Conjuração Baiana que aconteceu em 1798 e que tinha como objetivo liberar os escravos, instaurar uma República e um governo que fosse igualitário; serviu como um estimulo para que os baianos lutassem pela independência do estado através de revoltas. A Bahia ganhou então a sua independência em 1823 em relação a Portugal. Enquanto isso o Brasil vinha enfrentando alguns problemas políticos, como por exemplo quando D. Pedro I abriu mão do seu poder em favor do seu filho ainda menor. Em todo o país eram planejados levantes e revoltas. Para conter esse estado de emergência e baderna, em 1831 deu-se início a Regência Trina Permanente que tinha como objetivo garantir o equilíbrio político e regional. Parecia que tudo ia bem e as coisas estavam funcionando, até que grupos políticos passaram a reivindicar a favor de seus ideais, causando motins, muitas vezes sendo apoiados pelas tropas. Foi a partir dessa situação que eclodiu a revolta na Bahia.
O capitão Bernardo Miguel Guanais Mineiro e de Carmo Sucupira tinha como meta criar programas de reforma políticas através da implantação de um sistema federal do governo. Liderando a revolta, o capitão conquistou a vila de Cachoeira, lugar onde resistiu por uma semana as fortes investidas que sofria do governo provincial para que se entregasse. Com o cerco fechado, Guanais foi levado preso para o Forte do Mar, em Salvador, junto com mais oitenta integrantes do seu movimento.
Não demorou muito para que ele e os outros presos tomassem o forte, içassem uma bandeira com de listras verticais, sendo uma listra azul entre duas brancas e em seguida iniciassem uma guerra contra Salvador, bombardeando cantos da cidade. Foram quatro dias até serem finalmente dominados.
A Federação não deu muito certo, mas motivou em seguida a Sabinada, ganhou peso durante o final do 2ºReinado até finalmente resultar na tão sonhada Proclamação, que aconteceu em 1889.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Revolta dos Mercenários


Bandeira da revolta dos Mercenários

1828 - REVOLTA DOS MERCENÁRIOS
Pouco conhecido na história do Brasil, o episódio da Revolta dos Mercenários, ocorrido em junho de 1828, no Rio de Janeiro, durante o governo de D. Pedro I, constituiu-se numa sublevação de tropas militares compostas por mercenários alemães e irlandeses. Iniciada em 09 de junho, ela foi reprimida quatro dias depois por soldados brasileiros e populares, entre os quais se incluíam muitos escravos capoeiristas da cidade.

Existem três versões sobre as causas que provocaram o conflito: na primeira delas, tudo aconteceu porque os mercenários não teriam recebido da coroa os valores em dinheiro que haviam sido combinados com eles; na segunda, o movimento estaria associado a um complô envolvendo Manoel Dorrego, governador de Buenos Aires, e os alemães Federico Bauer e Antonio Martín Thym, cujo objetivo seria o seqüestro e morte de Pedro I, e a proclamação da independência de Santa Catarina (Brasil - Segredo de Estado, Sérgio Corrêa da Costa, páginas 17-29); enquanto a terceira, pode ser encontrada no Compêndio da História Militar Terrestre do Brasil, do Ministério da Defesa, site www.resenet.com.br, sendo a mais completa e verossímil.

Segundo ela, tudo começou quando o major Francisco Pedro Drago determinou que um de seus soldados mercenários fosse castigado com 100 pranchadas de espada (golpe que se dá com a folha da arma). Como seu subordinado não concordou em receber tal punição, o major mandou que o amarrassem e lhe aplicassem 200 pranchadas, ao invés das 100. Revoltados com isso, os colegas de farda do castigado dirigiram-se ao palácio imperial, no bairro de São Cristóvão, pretendendo apresentar queixa contra o oficial e pedir sua demissão imediata, mas não conseguiram nenhum resultado. Bem que o brigadeiro Joaquim Thomas Valente, conde do Rio Pardo (ilustração) e comandante das Armas da Corte (atual 1ª Região Militar) tentou acalmá-los, mas alguns dos amotinados mais exaltados dirigiram-se à residência do major, na atual rua Marechal Floriano, e passaram a depredá-la, para depois incendiá-la.

A partir daí, e nos dois dias seguintes, os mercenários praticaram todo o tipo de desordem e confusão, culminando por invadir e tomar conta do ministério do exército, instalado no prédio que existia onde hoje funciona o Palácio Duque de Caixas, no campo de Santana, do qual o conde do Rio Pardo conseguiu escapulir pulando por uma janela. Ali eles arrombaram o almoxarifado, apossaram-se das armas que encontraram e se entrincheiraram nos cômodos que lhes ofereciam maior proteção, aguardando os acontecimentos. No dia 12, o comandante das Armas ordenou que as forças legais investissem à baioneta contra os rebeldes, procedimento que contou com o apoio de marinheiros franceses e ingleses cujos navios se encontravam atracados no porto, de populares e escravos que convocados na emergência, ali compareceram armados, e da brigada de artilharia da Marinha, da ilha das Cobras (a qual também acabaria se revoltando três anos mais tarde, sendo pacificada pelo Batalhão Sagrado e Guardas Municipais Permanentes, num evento onde Caxias teve papel decisivo), situada ali perto. Ao final do confronto, 12 mercenários estavam mortos, e 50 deles feridos.

O incidente provocou, de imediato, a demissão do ministro da Guerra, seguida pela dos demais ministros que se solidarizaram com ele, exceção feita ao marquês de Aracati. Posteriormente, após a abdicação de D. Pedro I, os batalhões de estrangeiros foram extintos.

Criados em 18 de janeiro de 1822, eles eram constituídos inicialmente por dois batalhões de Caçadores Alemães e dois de Granadeiros, sendo que um deles, o 28º de Caçadores, também se amotinou no dia de Natal de 1828, por estar com o seu pagamento atrasado. Na época, a segurança do Rio de Janeiro ficara a cargo do Batalhão de Granadeiros Estrangeiros, aquartelado no atual Palácio Duque de Caxias, e o 27º Batalhão de Caçadores Alemães, os “diabos brancos”, instalados na Praia Vermelha.
Cabanagem


A questão da autonomia política foi, desde a independência, a grande força motriz motivadora de diversos conflitos e revoltas no Brasil. Na província do Pará, a péssima condição de vida das camadas mais baixas da população e a insatisfação das elites locais representavam a crise de legitimidade sofrida pelos representantes locais do poder imperial. Além disso, a relação conflituosa entre os paraenses e os comerciantes portugueses acentuava outro aspecto da tensão sócio-econômica da região.

A abdicação de Dom Pedro I e ascensão do governo regencial estabeleceram a deflagração de um movimento iniciado em 1832. Naquele ano, um grupo armado impediu a posse do governador nomeado pela regência e exigia a expulsão dos comerciantes portugueses da província. No ano seguinte, Bernardo Lobo de Sousa, novo governador nomeado, administrou o Pará de maneira opressiva e autoritária. Desta maneira, abriam-se tensões e a possibilidade de uma nova revolta provincial.

Em 1835, um motim organizado pelo fazendeiro Félix Clemente Malcher e Francisco Vinagre prendeu e executou o governador Bernardo Lobo de Sousa. Os rebelados, também chamados de cabanos, instalaram um novo governo controlado por Malcher. Francisco Vinagre, líder das tropas do novo governo, se desentendeu com o novo governador. Aproveitando de seu controle sobre as forças militares, tentou tomar o governo, mas foi preso pelo governador. Em resposta, Antônio Vinagre, irmão de Francisco, assassinou Félix Clemente Malcher e colocou Francisco Vinagre na liderança do novo governo.

Nessa nova etapa, Eduardo Angelim, líder popular, ascendia entre os revoltosos. A saída das elites do movimento causou o enfraquecimento da revolta. Tentando aproveitar desta situação, as autoridades imperiais enviaram o almirante britânico John Taylor, que retomou o controle sobre Belém, capital da província. No entanto, a ampla adesão popular do movimento não se submeteu à vitória imperial. Um exército de 3 mil homens liderados por Angelim retomou a capital e proclamou um governo republicano independente.

O governo, agora controlado por Angelim, abria possibilidades para a resolução dos problemas sociais e econômicos que afligiam as camadas populares. No entanto, a falta de apoio político de outras províncias e a carestia de recursos prejudicou a estabilidade da república popular. Sucessivas investidas militares imperiais foram enfraquecendo o movimento cabano. Em 1836, Eduardo Angelim foi capturado pelas autoridades do governo imperial.

Entre 1837 e 1840, os conflitos no interior foram controlados. Diversas batalhas fizeram com que este movimento ficasse marcado por sua violência. Estima-se que mais de 30 mil pessoas foram mortas. Dessa maneira, a Cabanagem encerrou a única revolta regencial onde os populares conseguiram, mesmo que por um breve período, sustentar um movimento de oposição ao governo.